quinta-feira, 12 de junho de 2008

Fotografia

"As fontes nascem de um pequeno pulso negro em que estremece uma leve asa de prata."
A. Ramos Rosa


"A água duplica a leve dança de pétalas
em lisa oferenda ao coração sedento
E em diademas em diamantes e volutas
dispõe sobre a mesa do mundo a taça a transbordar"
A. Ramos Rosa


"Quem bebe de uma fonte bebe da clara essência
dos obscuros montes do interior da terra."
A. Ramos Rosa

Sopro de Água

É um projecto que visa homenagear as fontes, chafarizes e correntes de água de Castelo Novo.
Há lugares que têm alma e neles perdura um sentido de imortalidade conferido pela duração das nossas vidas. É como se na poesia da sua natureza e no deslumbramento da sua arquitectura nos contassem vivências, segredos e tradições que nos antecedem, acompanham e continuam.

Quantas fontes e chafarizes sufocam os seus segredos numa secura. Alguns resistem com incessante dignidade. Como se esperassem, pacientemente, que lhes matem a sede, para voltarem a matar a sede a toda a gente.

O que importa é a paragem, não a passagem ou o privilégio que sempre tem sido seu, de parar enquanto passa, de passar enquanto pára.” (David Mourão - Ferreira).

SOPRO DE ÁGUA procura sensibilizar as pessoas e entidades competentes para a fruição, recuperação e preservação dos espaços, da sua essência, para a apresentação e materialização de propostas culturais e educativas, centradas no entorno, na temática das fontes, chafarizes e correntes de água. Junto deles, pode-se agora parar para beber e repousar, ou para matar uma sede interior, bebendo a leitura de uma súmula histórica que o monumento ou sítio oferece.
Pautada pelo acorde de fios ou gotas de água, podemos ouvir uma música ou deter o olhar num pequeno espectáculo de dança, teatro ou circo; numa pequena exposição de pintura, escultura, tapeçaria ou fotografia, iniciativas enquadradas pela fluida e transparente presença da água.

Também as crianças podem descobrir jogos, leitura de histórias, pequenos fontinais realizados num dia. Sempre ao ar livre, como livre é a água, a arte e a participação numa diversidade de ofertas que contribuem para animar culturalmente esta aldeia histórica, tão privilegiada na abundância de sopros de água.

Fontes, chafarizes, correntes de água e seus espaços, acordam por fim numa outra dimensão, contrariando um destino de esquecido silêncio. Revivem a sinfonia da água, afirmando e oferecendo, a quem aí se detenha, uma nova realidade e oportunidade de partilhar e vivênciar um conjunto de propostas culturais e educativas, onde o sempre presente sopro de água persiste em cantar e deixar escorrer a frescura desejada.

Fontes, riachos e chafarizes, lugares de eleição que a poesia imortalizou e o granito fez perdurar, podem então reerguer-se valorizadas com nova beleza e vitalidade. Com renovada certeza da sua importância histórica, com tantas histórias para contar, fontes, chafarizes e correntes de água mostram, de novo com orgulho, a sua água nativa e essencial, que brota natural na sua majestosa tranquilidade ou simples arquitectura, dando prazer, cons-truindo novas vivências e memórias a quem pára enquanto passa.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Pintura

"Linhas de água, linhas de ouro, tecido das substâncias desposando a luz. Suave, branco noivado dos elementos. Água, mar matinal caminhando docemente nos braços do sol, tecendo segredos do espaço deslizando entre sonhos azuis, transparências do ser que se ve ao espelho do mar. Pureza translúcida de um olhar música silenciosa do espaço estendendo as suas leves ondulações nacaradas."
Maria João Fernandes

Desenho

Poema que dedico à leitura do desenho de Manuela Justino:

Toda tu és o olhar do teu corpo
e esse olhar ouve saboreia toca

e quando desenhas uma mancha no papel como uma nuvem esfarrapada
é porque a tua visão tem a luz da sombra mais vidente
que dir-se-ia que vê com as pálpebras no mar nocturno de um deserto obscuro
e reúnes a sombra e a claridade como se imergisse do ouvido
Tu danças em torno de cinzas que bailam com a vertigem de uma sensação
mas também visão funda de uma água intempestiva
Tu ofereces-nos a forma mais intensa e obscura porque é a da matéria viva
És solidária da vida nascente porque te levantas no seio da ruptura
Mas eu que te digo estas palavras fascinadas quem sou eu?
Apenas uma estilha de vida no teu caminho
e tu um elemento que inunda e frutifica
Mas de algum modo tu pintas e eu escrevo sobre ti é porque há uma relação
talvez um pouco errática mas solidária e produtiva
Se te descrevo talvez com audaciosa paixão é porque
não podendo ser quem sou sou aquilo que escrevo
e sou também o que ama e tem o desejo de penetrar na obscuridade
onde aprendeste a ver o negro no negro
Tu não és tanto o dia que multiplica os espelhos como a noite que se vai abolindo
Se te escrevo com alguma justeza ou algum fulgor sombrio
é porque vejo com o sono que é a minha face feminina
e para te dizer talvez o mais importante
eu não construo conceitos de um discurso rigoroso e exacto
mas escrevo porque para mim a nudez seduz-me e no conhecimento
com o avesso de tudo como o ar é o avesso de uma asa.

António Ramos Rosa

A magia do espaço - Casa da Lagariça

Projecto fotográfico de introdução

Manuela e Ana (Directora da Galeria)

Francisco Afonso (Director da galeria)


Agradeço a ambos, toda a simpatia,
disponibilidade e empenho na realização deste projecto.

A Emoção do Evento - Inauguração

Chegada da Romagem dos Antigos Alunos de Castelo Branco
O meu obrigado a todos os presentes!


Cocktail na Lagariça

A minha professora primária, Dra. Pilar e o marido Dr. Brás

Os afilhados

Os amigos

Os amigos

Meu irmão, meu maior amigo

A família Caldeira

O netinho

Reencontro com um amigo

O descanso da guerreira

Manuela e Carlos Cardoso

Momento musical - Uma voz com alma

Carlos Cardoso

Obrigado Celeste Capêlo

Manuela Doutor e Dra. Esmeralda Tavares

A minha sobrinha e o meu irmão


Depois da exposição
Almoço comemorativo - 10 anos da Associação Socio Cultural de Castelo Novo


Escultura da Meg que eu adoro
Para ela, desejo um "sopro" criativo com êxito