"Linhas de água, linhas de ouro, tecido das substâncias desposando a luz. Suave, branco noivado dos elementos. Água, mar matinal caminhando docemente nos braços do sol, tecendo segredos do espaço deslizando entre sonhos azuis, transparências do ser que se ve ao espelho do mar. Pureza translúcida de um olhar música silenciosa do espaço estendendo as suas leves ondulações nacaradas."
segunda-feira, 31 de março de 2008
Desenho
Poema que dedico à leitura do desenho de Manuela Justino:
Toda tu és o olhar do teu corpo
e esse olhar ouve saboreia toca
e quando desenhas uma mancha no papel como uma nuvem esfarrapada
é porque a tua visão tem a luz da sombra mais vidente
que dir-se-ia que vê com as pálpebras no mar nocturno de um deserto obscuro
e reúnes a sombra e a claridade como se imergisse do ouvido
Tu danças em torno de cinzas que bailam com a vertigem de uma sensação
mas também visão funda de uma água intempestiva
Tu ofereces-nos a forma mais intensa e obscura porque é a da matéria viva
És solidária da vida nascente porque te levantas no seio da ruptura
Mas eu que te digo estas palavras fascinadas quem sou eu?
Apenas uma estilha de vida no teu caminho
e tu um elemento que inunda e frutifica
Mas de algum modo tu pintas e eu escrevo sobre ti é porque há uma relação
talvez um pouco errática mas solidária e produtiva
Se te descrevo talvez com audaciosa paixão é porque
não podendo ser quem sou sou aquilo que escrevo
e sou também o que ama e tem o desejo de penetrar na obscuridade
onde aprendeste a ver o negro no negro
Tu não és tanto o dia que multiplica os espelhos como a noite que se vai abolindo
Se te escrevo com alguma justeza ou algum fulgor sombrio
é porque vejo com o sono que é a minha face feminina
e para te dizer talvez o mais importante
eu não construo conceitos de um discurso rigoroso e exacto
mas escrevo porque para mim a nudez seduz-me e no conhecimento
com o avesso de tudo como o ar é o avesso de uma asa.
e esse olhar ouve saboreia toca
e quando desenhas uma mancha no papel como uma nuvem esfarrapada
é porque a tua visão tem a luz da sombra mais vidente
que dir-se-ia que vê com as pálpebras no mar nocturno de um deserto obscuro
e reúnes a sombra e a claridade como se imergisse do ouvido
Tu danças em torno de cinzas que bailam com a vertigem de uma sensação
mas também visão funda de uma água intempestiva
Tu ofereces-nos a forma mais intensa e obscura porque é a da matéria viva
És solidária da vida nascente porque te levantas no seio da ruptura
Mas eu que te digo estas palavras fascinadas quem sou eu?
Apenas uma estilha de vida no teu caminho
e tu um elemento que inunda e frutifica
Mas de algum modo tu pintas e eu escrevo sobre ti é porque há uma relação
talvez um pouco errática mas solidária e produtiva
Se te descrevo talvez com audaciosa paixão é porque
não podendo ser quem sou sou aquilo que escrevo
e sou também o que ama e tem o desejo de penetrar na obscuridade
onde aprendeste a ver o negro no negro
Tu não és tanto o dia que multiplica os espelhos como a noite que se vai abolindo
Se te escrevo com alguma justeza ou algum fulgor sombrio
é porque vejo com o sono que é a minha face feminina
e para te dizer talvez o mais importante
eu não construo conceitos de um discurso rigoroso e exacto
mas escrevo porque para mim a nudez seduz-me e no conhecimento
com o avesso de tudo como o ar é o avesso de uma asa.
A Emoção do Evento - Inauguração
Críticas
Casa da Lagariça acolhe exposição de pintura
Um vasto conjunto de trabalhos da autoria de Manuela Justino está patente ao público na Casa da Lagariça,em Castelo Novo. Quadros que pretendem ser uma homenagem a fontes, chafarizes e correntes de água, estão expostos até 24 de Junho.
Por: Eduardo Alves
São linhas de águas que podem ser vistas como linhas de ouro. São linhas que transformam a tela e dão vida ao branco estático. É numa tentativa de reter o “sopro de água” que Manuela Justino pintou um conjunto de quadros sobre as fontes, os chafarizes e as correntes de água.
Um trabalho que está agora patente ao público na Casa da Lagariça,em Castelo Novo , até ao próximo dia 24 de Junho e que tem como objectivo “procurar sensibilizar as pessoas e entidades competentes para a fruição, recuperação e preservação destes espaços e da sua essência”, diz a autora das obras.
Para além destas metas há também toda uma sensibilização para a apresentação e materialização de propostas culturais e educativas centradas no entorno e na temática desta mostra.
Manuela Justino nasceuem Castelo Novo e frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e em 1975 licenciou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Dedicou-se desde 1970 à investigação e à prática da tapeçaria. Executou peças de grandes dimensões, uma das quais serviu, em 1981, para a capa da revista e do cartaz de divulgação da XII Conferência Permanente dos Ministros Europeus de Educação. Em 1971 iniciou a sua carreira docente. Em 1987 e 1988 esteve destacada no Ministério da Educação – Gabinete de Projectos do Centro de Recursos do Ensino Integrado, onde participou em projectos para crianças do ensino especial. É animadora sócio cultural. Desde 1975 que se dedica à pintura e fotografia. Actualmente é professora efectiva na Escola Mário Sá Carneiro.
Um vasto conjunto de trabalhos da autoria de Manuela Justino está patente ao público na Casa da Lagariça,
Por: Eduardo Alves
São linhas de águas que podem ser vistas como linhas de ouro. São linhas que transformam a tela e dão vida ao branco estático. É numa tentativa de reter o “sopro de água” que Manuela Justino pintou um conjunto de quadros sobre as fontes, os chafarizes e as correntes de água.
Um trabalho que está agora patente ao público na Casa da Lagariça,
Para além destas metas há também toda uma sensibilização para a apresentação e materialização de propostas culturais e educativas centradas no entorno e na temática desta mostra.
Manuela Justino nasceu
2008-05-27
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